2.9.11

Eu, ET.

Tenho um estranho modo de ir dormir. Um ritual que começa ao me contorcer na cama, depois mexer todos os dedos do pé e apertá-los com força, dar um suspiro de som estranho, pôr uma mão debaixo do travesseiro, outra perto da boca, me cobrir até o pescoço, sem deixar nenhuma parte de fora, e ficar olhando pro teto umas 82372463 horas pensando em tudo, até na morte da bezerra.
Tenho um estranho modo de fazer carinho nos outros, quando tenho extremo carinho por alguém tenho vontade de apertar essa pessoa até que os olhos saiam pra fora, mordê-la, ou na melhor das circunstâncias, lhe dar um cheirinho no cangote, coisa que vem da minha única habilidade de sentir os cheiros das pessoas, não o cheiro do perfume, mas o cheiro DAQUELA pessoa.
Tenho essa estranha mania (mesmo que inconsciente) de me sentir atraída por gostos musicais e por quem eu acho que sabe mais do que eu. Também por pessoas erradas, muitas vezes infelizes, e viciadas em punk rock. Homens mais velhos. Jaqueta de couro. Sarcasmo.
Quando me encontro numa situação que me amedronta, me encontro cantando músicas que nem eu sei quais são, numa linguagem que eu mesma inventei (algo perto do mandarim), e eu sei lá porque, às vezes eu acho que essas músicas nada boas irão afastar qualquer bandido ou espírito que está me amedrontando.
Não entro em um cômodo sem bater antes, porque sempre, sempre acho que talvez a pessoa possa estar se masturbando lá dentro (de quem herdei essa mente suja?)
Critico pessoas que mimam seus filhos e falam com eles com aquela vozinha de idiota, mas faço o mesmo com meus gatos, ou seja, pior ainda.
Como Toddy puro.
Faço uma coisa estranha com todos os dedos da mão, de um modo que todos eles se pareçam com isso; ")"
Tenho um estranho prazer em planejar meu enterro e coisas pra fazer dias antes da minha morte, mas tenho um medo irracional de morrer.
Gasto muito tempo em que poderia estar vivendo para me questionar sobre a vida.
Me enjôo das pessoas, assim como de chocolate depois de muito tempo.
Tenho preguiça de contar histórias, de terminar frases, de comer, de tudo. Quando o despertador da vida toca, eu aperto "snooze".
Me gusta botar o Facebook em espanhol só pro "Curtir" virar "Me Gusta".
Sou doente por música... doente até demais.
Tenho ciúmes estranhos com coisas e gostos, mas não tenho ciúmes de quem deveria ter.
Chuto, inconscientemente, todos aqueles que me amam.
Me divirto pensando na morte de algumas pessoas, mas me pergunto várias vezes quantos bebês de mãozinhas e unhazinhas existem no mundo agora.
Tenho vontade de comer a Lua, e acho que deve ser doce.
Sempre tive vontade de fritar lingüiça no Sol (???)
A coisa mais hilária que consigo pensar é alguém fazendo bungee jump pelado na estátua da liberdade.
Rio com coisas tristes e sempre fujo de problemas com a mesma facilidade em que me meto em outros.
Da onde eu sou?



Lily Allen ft. Mark Ronson - Oh My God

27.8.11

Some Velvet Morning...

Paz por uns segundos... posso?
Acordar, mexer os dedos do pé, se virar pro lado, olhar a janela. Sol. O quarto iluminado por uma luz amarela.
Cabelos bagunçados, espreguiçando... vê-lo dormindo ao lado. Admirar. A sombra da persiana em seu rosto. Um leve sorriso em sua boca.
Pontas dos dedos... pelos seus cabelos, seu nariz... sentindo sua barba feita.
Beijinhos por todo o seu rosto, cheirinho no cangote...
Quentinho debaixo dos lençóis brancos, silêncio...
Não levantar da cama.
Aquele sentimento de que, só por hoje, o mundo parou. Só vocês dois que não.
Aquele sentimento de que o mundo pode esperar... você estudá-lo enquanto ele dorme.
Aquele cheiro de quem acaba de acordar...
Sentimento da manhã.
Dormir não é bom?
E sonhar acordado?

17.8.11

O Afilhado de David Bowie

"Comprei uma caneta daquelas de ricaço pro escritório do meu pai. E você?"
"Meu pai morreu quando eu era um bebê" diz o garoto negro, Rolan, ao seu amigo da escola. Os dois estão assistindo Tv em sua sala. Nos anos 70, 60... por aí.
O amigo o olha com uma cara de tristeza, mas em alguns segundos sua expressão muda; "pelo menos você não precisa gastar dinheiro em presente do dia dos pais". Rolan dá de ombros.
De repente em um comercial qualquer a cara pintada de David Bowie aparece cantando Ziggy Stardust e o amigo de Rolan, numa tentativa de descontraí-lo, comenta "David Bowie é demais!". Rolan canta alguns versos da música batendo os pés na mesa de centro, "Ele é meu padrinho"
"Pff... e os Sex Pistols são todos meus pais!"
"Sério? meu pai era Marc Bolan"
O garoto olha para a cara de Rolan um tempo, ele parece mesmo acreditar no que está falando... deve ser louco. Começa a pensar sobre algumas atitudes estranhas que Rolan tivera antes na escola e conclui "Meu Deus! ele é um psicopata mentiroso!" aflito, dá um passo para ir embora, mas não, isso seria muito óbvio... ele podia pegá-lo desprevenido no jardim e dá-lhe uma facada nas costas. Então ele diz, tentando ser discreto "Eu...eu... eu vou ao banheiro" Rolan come mais um Cheetos amarelado e diz "Tá".
O garoto sobe as escadas da casa com todos os pensamentos de uma mente mirabolante de um garoto de 13 anos e torcendo para que no banheiro tenha janela. De repente se depara com fotos ao longo da escada. É Marc Bolan, com uma mulher negra... e um bebê negro. Mais um degrau, David Bowie com uma mulher negra. Outro degrau, David Bowie com um menino negro. Outro, David Bowie com... ROLAN?, David Bowie com Rolan na sua formatura do Jardim, David Bowie com Rolan no parque... David Bowie, David Bowie, David Bowie...
Toda a sua tensão é transformada numa enorme euforia, o garoto desce as escadas correndo com um sorriso no rosto e pula no sofá derrubando o pacote de Cheetos de Rolan; "CARA, você é afilhado do David Bowie!!!"
e Rolan pensa catando os Cheetos no carpete "É por isso que eu não queria que ninguém soubesse..."

http://juliapetit.com.br/musica/padrinho/
(Sim, sim! David Bowie tem um afilhado... que não sou eu)

20.6.11

Mar de Confusão

Alice era o tipo de menina (ou mulher), que não tem como se definir. Muito diferente da Alice da Disney, tingia o cabelo de vermelho e tinha os olhos verdes. Era enigmática, mas ao mesmo tempo aberta. Como o mar, cristalino, mas ainda assim profundo.
Pedro é o tipo de cara que descrevemos como "simples".
Nada o irrita demais, tudo está bom, sua vida é um grande "Tanto faz", porque ele, na verdade, não liga muito.
Pedro e Alice são dois opostos, e como não acreditam em destino, mas sim em uma série de coincidências, foi numa dessas que se conheceram.
Ela não o deu muita importancia, e ele deu até demais.
Não demorou muito para que o radar social de alice tocasse; "é esse", é esse para quem você vai poder contar tudo que te aflige
te alegra, te deixa em duvida, é esse com quem você vai poder ser a tremenda confusão que é, porque é esse que vai te organizar.
A ideia pareceu um tanto quanto absurda para Alice, mas ela não podia contrariar seu radar. E quem diria, ela, ela que era a "menina distraída", "não ligava pra ninguém", ela que deixava o mundo de virado ponta cabeça só para beijar o céu, ela, Alice, se apaixonou por Pedro.
Falava, falava muito, o contava tudo, todas as suas vontades, tristezas, tudo. Chorava e depois de dois minutos, ria. Depois tinha raiva. Inconstante. Essa era Alice. Água e fogo.
Seu mar de confusão entrava numa forte ressaca, mas Pedro com seu jeitinho de quem não quer nada, sempre botava tudo no lugar.
Assim que ela passou a depender dele, como um usuário depende da droga. Alice precisava de Pedro para ficar, nem que fosse um pouquinho, dentro de um paraíso que ela podia inventar.
Pedro, eu acho, amava Alice, mas começou a se cansar. Sua bipolaridade o deixava com fadiga, seus cabelos longos vermelhos pareciam sufocá-lo. Mas ele sempre acabava voltando para ela. No mar de confusão de Alice, ele era quem dizia "veleje pra mim, veleje pra mim, me deixe te decifrar". Alice era um desafio, e ele queria desistir, mas não conseguia.
E ela o amava cada dia mais, se desculpava, chorava e ria, e Pedro sempre estava lá.
Ela, que antes parava o tempo pra beijar o céu, agora parava o tempo para beijar Pedro.
E ele se cansava.
Ela amava, ria, chorava brigava.
Ele, canseira.
Ela e seu mar de confusão se agitavam.
Ele, estático.
Foi quando tudo saiu dos eixos e pedro não estava mais lá para organizar. O desafio o fascinava, ele o admirava, o amava...
Mas desistiu.
E foi quando Alice viu que o mundo não parou enquanto ela beijava Pedro. O tempo não pára, e agora era tempo perdido.
Acorda, Alice, guarda teu mar de confusão pra depois. A vida segue. E segue mesmo.
E Alice segue dançando com a vida, sempre sorrindo.
Sente saudade de perguntar sobre o mundo para Pedro e ouví-lo decifrar tudo. Sente saudade de se sentir como sua menina, e mais ainda de ser sua mulher.
Mas Alice sorri.
Não diga que não serviu pra nada, pois o que aquieta o seu mar de confusão é que para Alice, sempre haverá um Pedro no fim da estrada.
Alice sorri.


14.6.11

Natural

Não há nenhum desastre grande o suficiente para impedir as coisas de serem como elas são.
Um terremoto no Japão, seguido de um Tsunami com mais de mil mortos, não impede os japoneses de acordarem todo dia de manhã, para continuarem com suas vidas.
Nenhum inverno, por mais rigoroso e longo que seja, impede a vinda da primavera.
Nenhuma morte impede o direito de uma nova vida.
Nenhum amor acabado tira a possibilidade de se amar de novo,
nenhum erro tira as chances de acertar.
Nenhum fim impede um recomeço.
Essa é a ordem natural das coisas. Superação.
Milhares de pessoas vão à rua correr milhares de quilômetros sem nenhum intuito, simplesmente para sentir a sensação de superar algo, de ganhar um desafio. De vitória.
Uma mãe passa por dores e dificuldades absurdas durante nove meses para, simplesmente, poder botar no mundo uma nova vida.
Em um período chamado "Piracema" milhões de peixes nadam contra a corrente, se debatendo, sangrando, incansavelmente, com um objetivo; sexo, é claro... mas acima de tudo, vida.



Canned Heat - Going Up The Country

1.6.11

Adeus, Maio.

Posso falar? que mês de merda.
Tanto stress e pensamentos positivos que não funcionaram do tipo "calma, esse mês vai acabar logo...", tantos acontecimentos do gênero "putaquepariu", tantas coisas pra fazer, tanto dinheiro jogado fora, tanto TEMPO jogado fora. Ufa! tchau, Maio. Maio terminou, levando junto com ele todas essas desgraças, cansaço, desânimo e términos.
Maio acabou.
Será que minha tristeza também? ou seria só o começo de um novo fim?
Tchau, Maio. Você é "só um mês" que não fará a menor falta.

30.5.11

Obrigada, Filho da P**

Se a sua intenção era ferrar com a minha vida... sinto informar que foi sem sucesso.
Porque mesmo depois de choros, gritos e revoltas de garotinhas de 5 anos..
 eu me dei conta que só tenho a lhe agradecer!
Obrigada por me iludir e depois pisar em cima de mim,
me ensinou a olhar bem com que tipo de babaca vou me meter.
Obrigada por dizer que me amava,
me ensinou a mentir.
Obrigada por sempre me decepcionar,
me ensinou a não esperar nada de ninguém.
Obrigada por ser lindo,
me ensinou (quem diria!) que a aparência não é tudo.
e obrigada por ser quem é,
me faz sentir mil vezes melhor por ser quem eu sou.
De resto você pode ir se f***,
Grata.

Ah! e obrigada também por não ter atendido nenhuma daquelas ligações,
elas teriam me custado uma fortuna!



Hole - Skinny Little Bitch

28.5.11

Várias formas de amor

E aqui estou eu em mais um dia em que me questiono sobre relacionamentos. óbviamente verei um filme de drama pesadíssimo com meu pai, pediremos uma pizza de calabresa e irei dormir com a consciência - e o estômago - pesados. vou dormir e acordar com a eterna incerteza "será que vale a pena amar?" não sei... simplesmente se ama.
E quando se ama, ah, somente se ama! Desde dos meus calafrios, tremedeiras, choradeiras...tudo isso é o meu amor que transborda do meu coração e do meu pensamento, tentando chegar até você. Tentando te tocar...como você me tocou.
E quando se ama, nao se entende, não é preciso entender. Quando se ama, se sente, a ponto de na dor, sentir prazer. Se ama sem motivo, se ama por ser quem é, por ser real. Se ama porque é amor, e porque qualquer forma de amor vale à pena.
O amor distante, o amor irreal, o amor impossível. Será mesmo que existe o maior amor do mundo? Eu não sei como seria te perder e não gosto de pensar na possibilidade. Minha alma vai sentir saudade, se um dia a gente ir embora. Não vou aguentar de infelicidade de viver sem ti. Sem esse sentimento puro e mágico, sem a felicidade do teu carinho e abraço...sem você.



Janis Joplin - The Rose

27.5.11

"Mas você gostava de Hitchcock!"

Um casal (ou como quiser chamar) em uma fase crítica de um relacionamento - que um dia já existiu - decidem ir ao cinema.
O caminho até lá já não é mais regado com conversas intelectuais, discussões inteligentes ou conversas idiotas e discussões sobre comida, como acharem melhor.
Chegam no cinema "O que você quer assistir?", "Tanto faz", "Hitchcock?", "Hitchcock de novo não!", "Mas você gostava de Hitchcock!", "Pelo amor de Deus, será que você é tão estúpido a ponto de não entender que toda a história de 'Hitchcock é fascinante' era só uma mera tentativa de fingir algo em comum com você, assim nós poderíamos começar algum tipo de relação? Eu nunca gostei de Hitchcock, aliás, nunca vi um filme inteiro dele. Ele é só um gordo de cabelo branco."
"Ele é só um gordo de cabelo branco.". Dois anos juntos, e é aí que você se dá conta que você não sabe nada sobre ela. Milhões de perguntas vêm à tona, e agora? ela pode ter mentido sobre tudo! orgasmos, livros, gostos, filmes, diretores, e até comida! até o sabor de sorvete... até sobre quem ela realmente é. Será que nos apaixonamos por mentiras? será que também mentimos na tentativa de fazer um relacionamento dar certo?

E é aí que você percebe que nunca a conheceu a fundo. Você nem SE conhece.
É aí que os relacionamentos começam a fazer sentido para você; relacionamentos são totalmente SEM sentido. Loucos, cheios de manias, jantares e cafés da manhã, sexo, elogios, brigas, incostantes.
Mas se você nunca fizer algo que alguém odeie, ninguém vai amar.




Blue Monday - Flunk

21.5.11

Party Like It's 2012

Imagine que alguém te dissesse hoje: "Você está livre pra fazer o que quiser da sua vida, sem se preocupar com absolutamente nada."
O que você faria?
Alguns com certeza iriam gritar de alegria e tratar de pôr em prática todos os seus planos.
Mas no final das contas, a grande maioria iria sentar numa calçada e não conseguiria aproveitar nada da sua liberdade. Não saberiam o que fazer, como se divertirem, como serem livres. E eu vou dizer o por quê; porque elas nunca foram livres. Todos nós nos julgamos livres, mas às vezes não somos em prática. Estamos tão presos ao cotidiano, ao trabalho, deveres, padrões, que nos esquecemos de como é viver sem eles.
Você ouve alguém reclamar do emprego, mas tenha certeza que se essa pessoa saísse do emprego agora ela não saberia a mínima do que fazer.
Nós hoje em dia temos uma liberdade ilusória, que é aquela liberdade que te põe numa gaiola de vidro. Você acha que está livre - pois consegue olhar tudo lá fora - mas quando tenta sair, dá com a cara nas grades.

A liberdade é tomada como uma coisa um tanto anarquista para algumas pessoas. Imaginam uma sociedade sem qualquer tipo de regras, um caos completo.
Outros acreditam que a liberdade é conquistada, que só se tem liberdade quando se trabalha, se tem dinheiro, autoridade.
Também vão ter os poucos que julgam liberdade como brisa nos cabelos, sair sem avisar - e sem saber - aonde vai, viajar, rir sem limites, não ser censurado.

Mas no final das contas o que você precisa lembrar é que: ninguém sabe quanto tempo de vida você tem. Será que você vai conseguir alcançar a liberdade antes que seu tempo acabe?
Errado.
Você é livre, sempre foi, e pode fazer da sua liberdade o que bem entender.
Se preocupe com o dinheiro, sim, afinal, "você só está acima do dinheiro quando você o tem."
Sim, respeite as regras, mas sem esquecer da regra número 1: "ser feliz" (por mais clichê que isso seja)
Trabalhe, mas não se deixe virar escravo.
No final das contas, toda a sua vida é um mistério. Você não sabe quando vem ao mundo e nem quando vai deixá-lo, então aproveite do que você tem, enquanto o tiver.
"Party Like It's 2012!"



The Bloody Beetroots ft Steve Aoki - WARP

11.5.11

Vulnerável

Às vezes me pego pensando em como é impossível não cair na rotina. Uma hora nós estamos rindo, nos descobrindo, fazendo uma coisa nova a cada momento.. e quando a gente menos espera, falta assunto, falta riso, falta excitação.
Já pensei que quem se amava mesmo estava sempre descobrindo alguma coisa nova sobre o outro, e nunca se cansava do outro. E talvez seja verdade, mas posso dizer que são poucos os casos.
Já quis me expor e expor o meu amor à desafios, brigas, declarações de amor arriscadas, ciúmes. Tudo isso pra testar esse amor, fazer ele quebrar barreiras, não enferrujar, aprender a viver, aprender a passar por dores, mas sempre, sempre, sair imune no final.
O amor já foi inquietante, já foi daqueles melosos, já foi daqueles turbulentos, dos que mais se ouvia desaforos, do que mais havia brigas.
Hoje, não temos nada disso. Aquele amor inquietante passou, e estamos como dois velhinhos aposentados, tomando chá, cada um em sua cadeira. Nada de testar, de se arriscar, para quê?
Só comodismo, só rotina. Só o básico "como foi seu dia?", o "tudo bem?", o "Bom dia" até o "Boa noite". Simplicidade. Há quem diga que cair na rotina é ruim, e eu já pensei assim. Mas a verdade é que é inevitável, estamos vulneráveis a isso.
Mas hoje tenho a certeza de que se meu amor superou todos os desafios, e todas as turbulências, ele merece um descanso. Merece uma quietude. Merece um simples beijo na hora de ir dormir, e um simples sorriso de manhã. Esse é o bom da rotina, apreciar as coisas pequenas e belas, que antes, considerávamos insignificantes. E sabermos que, entre um "Bom dia" e um "Boa noite", sempre haverá um "Eu te amo".



Passion Pit - Sleepyhead

28.4.11

God Save The Queen

Nesse mês de abril quando ligo a Tv só vejo falar sobre o Príncipe William e seu casamento com a Plebéia (rica pra caralho) Kate Middleton.
Ok, não me interesso nem um pouco pelo assunto, até aí eu pude ignorar e simplesmente mudar de canal.
Mas aí foi piorando... comecei a ver pessoas fanáticas (sim, LOUCAS, FANÁTICAS, DOENTES) pela realeza, pessoas com esculturas da Rainha em casa, pinturas, bottons, xícaras, canecas, blusas, UMA RÉPLICA DO ANEL DE NOIVADO DE KATE, bandeirinhas da Inglaterra por toda parte. Eu começo a me irritar...
Depois os gastos e os detalhes do casamento, aonde a Princesinha irá passar seu último dia como plebéia, blablabla... pessoas ACAMPANDO em frente ao local da cerimônia. Aí eu me estressei e tive que vir aqui me curar de um câncer.
Pera aí, QUE PORRA QUE SE PASSA NA CABEÇA DESSAS PESSOAS?
Meu Deus! a humanidade parece caminhar pra trás, não é possível.
A Rainha não serve para PORRA nenhuma, isso mesmo PORRA nenhuma, a não ser os ítens abaixo
1- Inspirar os Sex Pistols em "God Save The Queen"
2- Acenar para o povo fingindo que o ama.
Sério, será que pessoas adultas ainda vivem num conto de fadas estilo "Vou vomitar" e ficam querendo e agorando esse casamento, chorando pela realeza, achando tudo lindo.
Cara, ACORDEM!
O mundo não parou, tudo continua.
E o Japão? e a região serrana? E o preço dos impostos? como isso fica?
Aposto que você não sabe quantos analfabetos existem em média no Brasil, mas sabe qual é o vestido que a Kate usou não sei quando, sabe quanto custaram os talheres do banquete, né?
Você que diz "que pena..." quando um assassino maluco mata 12 crianças numa escola pública, entrando sem fazer nenhum esforço lá, você fez alguma coisa pra melhorar a segurança da cidade? Ah... mas eu aposto que você vai assistir o casamento amanhã, não é mesmo?

Beleza, o casamento tá aí... o Príncipe William é um gato, e a Kate Middleton é um amor, a igreja está escolhida, os cozinheiros, o padre, a porra toda.
E aí, mudou alguma coisa?
As famílias pobres já tem o que botar na mesa? salário mínimo aumentou? a educação tá melhor?
Aqui tá tudo a mesma merda...

É isso aí, "God Save The Queen" e felicidades ao casal.

12.3.11

Regredindo

Por que pipoca é logo associada com filme?
por que feijão só funciona com arroz?
por que o dinheiro é sinal de riqueza?
por que não arroz no cinema e grãos de feijão no lugar do dinheiro?

Por que temos que tampar nossos órgãos sexuais quando nós sabemos, de fato, que eles existem?
por que classificar o sexo como um assunto inapropiado para menores, já que é um ato de amor?

Por que um só homem, ou um só grupo de nomeados homens, pode dar ordem há bilhões de outros homens?
por que temos ordens? nós gostamos do caos? nós queremos plantar o caos?
por que temos que eleger alguém para tomar conta de nós mesmos? será que nós não somos capazes de fazer isso?

A verdade é que nós estamos regredindo. Uma criança é o ser mais sábio que existe, o mais sensível, o que acha as soluções de um modo simples. Um adolescente é um ser também sábio, mas menos sábio do que uma criança, se revolta com o mundo e tem grande sede de revolução - ou pelo menos costumava ter - mas ele sempre acha tudo muito complicado, sempre acha que não há solução para seus problemas. Mal ele sabe, que seus problemas são como um grão de areia nesse grande mundo. Um adulto é o ser mais imbecil, idiota que pode existir. Infectado pelo vírus do poder, pela sede de ganhar dinheiro, e como eles nunca, nunca estão satisfeitos, eles olham para uma criança feliz e simplesmente as reprimem, dizendo que são "apenas crianças" e que "não sabem nada do mundo", e como se não bastasse, acabam com a vida dos adolescentes. Não suportam essa sede de revolução, os protestos, e os trancam num quarto, os convencem a estudar, a pegar o mesmo vírus que eles pegaram, para ser "alguém na vida".
Mal eles sabem que ser "alguém na vida" é ser apenas "alguém".

Eddie Vedder - Hard Sun

3.2.11

Linha de espera

Você é o amor da minha vida.
Digo isso porque você vai estar sempre fazendo parte dela. Você não precisa estar ao meu lado todo o tempo para fazer parte da minha vida. Você não precisa estar ao alcance dos meus olhos para eu te amar.
É o amor da minha vida porque todos os dias, de alguma maneira, lembrarei de você.
Seja por um cheiro que exala no ar de repente, por uma silhueta que me lembre a sua, por sonhos bons, daqueles que você acorda antes do final e praticamente implora para que seja verdade.
É o amor da minha vida porque sinto saudade do seu toque, porque decorei cada gesto e cada palavra que você disse. Porque proibi minha mente de esquecer suas expressões.
Porque você não precisa me amar para ser meu.
Porque mesmo que eu não saiba o que você fez hoje, eu sei de você mais do que ninguém, porque sonho com você, estou com você, estou com você todos os dias, mesmo que não seja recíproco.
Porque de todos os amores, você é o maior. O amor da minha vida.

Orelha Negra - M.I.R.I.A.M

8.1.11

Fake all the time.

Já parou pra pensar que as pessoas fingem toda hora?
É, quase toda hora, para não dizer sempre.
Fingem que gostam, fingem que não gostam.
Fingem ser quem não são,
Fingem para agradar, fingem para revoltar.

Fingem pessoalmente e virtualmente.
Pessoalmente fingem para impressionar aos outros, e virtualmente fingem, lamentavelmente, para impressionar quem nem conhecem.

E para completar, elas ainda fingem mais no tempo extra. Fingem tanto que deixa de ser uma coisa humana e se torna uma coisa no mínimo ridícula.
Fingem ter amigos, fingem para os amigos.
São falsos.
Fingem gostos musicais, literários e afins.
Forçam situações.

Por que fingimos? porque somos humanos.
Por que fingimos mais? porque somos falsos.


aqueles que só se vestem de preto, branco e vermelho...



White Stripes - I Just Don't Know What To Do With Myself

6.1.11

Reprimir.

As velas do meu bolo espirram fogo pra todo lado. Eu tenho um medo absurdo de fogo. Tenho medo até de apagar as velas e queimar meu cabelo, por isso mantenho uma certa distancia das velas. Eu tenho medo de fogo, mas sempre quis não ter e me arriscar, fazer essas brincadeiras que todos fazem por aí. Acender fósforos e etc...
Também tenho medo de água, mas tenho muita vontade de surfar uma onda de 2, 4 metros... sou uma grande fã de todos os surfistas atuais, acompanho os campeonatos e morro de vontade de ir a Waimea Bay.
Medo de altura também, mas queria voar, queria me jogar.
Mas me limito.
Eu queria ser e fazer um monte de coisas, que na verdade eu nunca fui e nem fiz. Na verdade, nem tentei.
Enquanto isso eu me reprimo, e vou ficando menor às grandezas desse mundo.
Mas essa é a ordem natural das coisas, ficar menor, até ser inexistente, não é?
Não importa o que você fizer, no final, você é só mais um.