11.5.11

Vulnerável

Às vezes me pego pensando em como é impossível não cair na rotina. Uma hora nós estamos rindo, nos descobrindo, fazendo uma coisa nova a cada momento.. e quando a gente menos espera, falta assunto, falta riso, falta excitação.
Já pensei que quem se amava mesmo estava sempre descobrindo alguma coisa nova sobre o outro, e nunca se cansava do outro. E talvez seja verdade, mas posso dizer que são poucos os casos.
Já quis me expor e expor o meu amor à desafios, brigas, declarações de amor arriscadas, ciúmes. Tudo isso pra testar esse amor, fazer ele quebrar barreiras, não enferrujar, aprender a viver, aprender a passar por dores, mas sempre, sempre, sair imune no final.
O amor já foi inquietante, já foi daqueles melosos, já foi daqueles turbulentos, dos que mais se ouvia desaforos, do que mais havia brigas.
Hoje, não temos nada disso. Aquele amor inquietante passou, e estamos como dois velhinhos aposentados, tomando chá, cada um em sua cadeira. Nada de testar, de se arriscar, para quê?
Só comodismo, só rotina. Só o básico "como foi seu dia?", o "tudo bem?", o "Bom dia" até o "Boa noite". Simplicidade. Há quem diga que cair na rotina é ruim, e eu já pensei assim. Mas a verdade é que é inevitável, estamos vulneráveis a isso.
Mas hoje tenho a certeza de que se meu amor superou todos os desafios, e todas as turbulências, ele merece um descanso. Merece uma quietude. Merece um simples beijo na hora de ir dormir, e um simples sorriso de manhã. Esse é o bom da rotina, apreciar as coisas pequenas e belas, que antes, considerávamos insignificantes. E sabermos que, entre um "Bom dia" e um "Boa noite", sempre haverá um "Eu te amo".



Passion Pit - Sleepyhead